segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Haja perseverança

O buraco na finança

A mente cheia de lambança 

Que carga chata dessa andança, 

mas como cansa! 

 

Segue o baile, puxa pra dança 

Balança o cansaço que tu alcança 

Porque afinal tu já não é criança 

Quem não se atira não avança

 

Mete o loco, corre e se lança

Se não perde o trem da bonança

Engole o sapo que cai na pança

E se engasgar? Deixa na lembrança!

domingo, 8 de janeiro de 2012

Soneto Entediante

Se me atordoa o peito
Sufoco desconcertante,
É que incerto é feito
O irresoluto instante.

E rui a vontade certa,
E gargalha a indecisão.
E à opção desperta
Responde-se com o 'não'!

Tempo podre, malfazejo...!
Que avilta o prazer
Num incessante assédio,

Vá-se, daqui passe logo
Que já não posso sofrer;
Leve pra longe este tédio!


André Santos de Medeiros
08.01.2012 às 02:18

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Quarto

Era o tempo mais bem gasto.
Eram os beijos cálidos e amorosos, o toque gentil.
Dos lençóis de seda ao robe de algodão, espesso.
A música envolvente, o vinho aconchegante e a luz cintilante.
Era a noite infinita e a companhia agradável.
Era o fim da solidão, a consumação do prazer. O encontro.
A paixão e o sorriso, a saliva.
Os dedos eram entrelaçados, assim como as pernas.
Assim como as vontades.
Era o sol que ainda não era altivo e a lua que ainda era presente.
Era o presente que era recebido com sorriso e o sorriso que era falso.
E eram as cinco notas que pagavam a felicidade.
Era o tempo mais bem gasto.
No fim, foi o engano.


André Santos de Medeiros
20.09.2010 às 09:49