segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Quarto

Era o tempo mais bem gasto.
Eram os beijos cálidos e amorosos, o toque gentil.
Dos lençóis de seda ao robe de algodão, espesso.
A música envolvente, o vinho aconchegante e a luz cintilante.
Era a noite infinita e a companhia agradável.
Era o fim da solidão, a consumação do prazer. O encontro.
A paixão e o sorriso, a saliva.
Os dedos eram entrelaçados, assim como as pernas.
Assim como as vontades.
Era o sol que ainda não era altivo e a lua que ainda era presente.
Era o presente que era recebido com sorriso e o sorriso que era falso.
E eram as cinco notas que pagavam a felicidade.
Era o tempo mais bem gasto.
No fim, foi o engano.


André Santos de Medeiros
20.09.2010 às 09:49

Um comentário:

  1. Dé com Café, que lindo!!! Vc sempre inspirado, no eterno apogeu, no constante clímax. A Casa de Palavras é o reduto da consciência e o lar de emoções. Bjs

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